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quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

ELIS REGINA - A sensibilidade de uma garimpeira.


Elis Regina Mulher de gênio forte, decidida, com um dom tremendo para cantar e passar uma sensibilidade em suas interpretações, pode se dizer uma "garimpeira" da música brasileira. Tinha um potencia na voz, onde cantar para ela era uma brincadeira, no palco era o seu lugar. Ela inovou os espetáculos musicais no país e era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música.

Elis Regina aventurou-se por muitos gêneros; da MPB, passando pela bossa nova, o samba, o rock ao jazz. Interpretando canções como "Madalena", "Como Nossos Pais", "O Bêbado e a Equilibrista", que ainda continuam famosas e memoráveis, registrou momentos de felicidade, amor, tristeza, patriotismo e ditadura militar no país. Ao longo de toda sua carreira, cantou canções de músicos até então pouco conhecidos, como Milton Nascimento, Ivan Lins, Renato Teixeira, Aldir Blanc, João Bosco, ajudando a lançá-los e a divulgar suas obras, impulsionando-os no cenário musical brasileiro. Entre outras parcerias, são célebres os duetos que teve com Jair Rodrigues, Tom Jobim, Simonal, Rita Lee, Chico Buarque.

 Uma das músicas era "Romaria", que Elis gravou em 1977 e transformou-se num dos pontos altos de sua carreira. O contato com Elis mudou a vida de Renato Teixeira.

"Naquela época, ele havia desistido da carreira musical e virou publicitário. Estava compondo pra ele mesmo, sem preocupação se ia fazer sucesso ou não". Depois do sucesso de 'Romaria, Renato passou a recebe mais convites e a também gravar seus próprios discos."  Guilherme Arantes também foi privilegiado Elis ligou para ele pedindo uma música sua para gravar. Diz ele, "Ela me deu uma tarefa: fazer uma canção para estourar nas rádios". O resultado foi "Aprendendo a Jogar".
Ele já era um cantor conhecido no Brasil por causa de músicas como "Amanhã", mas após passar pela voz de Elis ele mudou de patamar.
"Ela deu um upgrade na minha carreira. E na minha vida", afirma. "De repente, as portas se abriram. Outras cantoras passaram a me procurar. E pessoas que não respeitavam o meu trabalho passaram a respeitar."

Entre as pessoas que tocaram com ela, os elogios também são a norma. "Ela deixava os músicos criarem. Por isso mesmo, ela também apertava. Exigia conhecimento e criatividade, porque na hora H ela te largava sozinho para se virar", diz Dudu Portes, baterista da cantora nos anos 1970.

O reverso da moeda era a possessividade de Elis. "Ela falava: eu revelei, eu criei, eu inventei", explica Dudu. "Era tão apegada que, quando descobria que estávamos fazendo gravações para outros artistas, ficava com um bico enorme. Teve até caso de entrar em estúdio e rodar a baiana", completa. "Era um amor possessivo, mas muito gostoso. Com a Elis, a coisa era de verdade. Tanto que todo mundo queria tocar com ela."

Um pena uma cantora tão jovem te morrido aos 36 anos de idade, Elis Regina, então uma mulher sofrida e martirizada por problemas pessoais, faleceu no dia 19 de janeiro de 1982, segundo foi revelado depois, por complicações decorrentes de uma overdose de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica.  Aqui vai minha homenagem a essa grande mulher que considero a melhor cantora brasileira de todos os tempos.





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